quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Oto


‘Oto’ é o apelido de Otávio Henrique, o cachorro doido. O nome ‘Otávio’ foi escolhido pelo meu sobrinho Fernando, ‘Henrique’ foi sugestão da veterinária madrinha dele e o apelido foi a tia Ana quem escolheu. Como vocês podem perceber, nada disso é responsabilidade minha.

No dia 24 de novembro, Oto completa 6 anos, mas continua uma criança alimentada por bateria de lítio – não cansa nunca quando o assunto é brincar. Ele corre atrás da bolinha com uma velocidade que chega a voar sobre os degraus da escada! Minha sala tem sempre brinquedos pelo chão, que eu sou obrigada a jogar para ele pegar. Cinco horas da tarde ele me lembra que é hora de descer para jogar bolinha na quadra.

Não passeio com ele na rua porque tenho o equilíbrio bem comprometido e seus puxões já me levaram ao chão mais de uma vez, então brinco com ele na quadra do prédio. Quando posso, eu o levo para caminhar em locais onde ele possa andar sem coleira. 

Dizem que o cão é o retrato do dono. No caso do Oto, ele é bem o inverso de mim: ansioso e elétrico. Já pensei que sou uma péssima tutora para ele, que ele precisa de alguém mais ativo do que eu. Já pensei em doá-lo para quem pudesse fazer com ele as atividades que ele precisa. Aí, quando ele deita a cabeça no meu colo, eu lembro que precisamos um do outro. Ele precisa de uma pessoa mais calma para não se quebrar nas estripulias que faz, precisa dos meus cuidados e do meu carinho. Eu preciso da energia dele para me tirar da fadiga, para ir brincar na quadra mesmo quando estou me arrastando. 

Quando fico doente, ele dá um jeito de precisar de cuidado – come alguma coisa não comestível, se machuca em alguma caçada, quebra uma unha... Eu penso: por que tenho um cachorro tão maluco? Já sei! É para não ficar doente!































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