terça-feira, 8 de novembro de 2016

“Meu” bosque


Eu moro ao lado de um bosque de reflorestamento. As árvores quase que entram com seus galhos pelas janelas e pela varanda. Além de garantir um clima mais fresco, o bosque faz as vezes de meu mundo.






Eu gostaria de viajar, conhecer lugares como a Serra da Capivara, Belém do Pará, Florianópolis, mas minha dificuldade para caminhar e para permanecer em pé e os problemas causados por extremos de temperatura acabam me desanimando. Então minhas viagens são feitas na contemplação desse bosque, com suas aves maravilhosas cujos cantos eu me exercito em reconhecer – sabiá, sanhaçu, saíra, tucano, alma-de-gato, anu... No mês passado vimos um grande teiu saindo do bosque e visitando o prédio. Hoje, uma dupla de macacos-prego pulava nas árvores. Tenho colocado frutas na janela do escritório para ver os pássaros.


Ah, isso não substitui as viagens!”, alguém dirá. Não se trata de substituir, mas de lidar com aquilo que se tem. É o meu ideal de simplicidade, de descomplicar a vida. Sinto-me feliz assim, com meu cachorro louco, os pássaros que vêm comer na minha janela, o canto das cigarras... Essa é a minha descoberta do mundo.


Hoje cedo a EM me causou uma grande tristeza (depois escreverei sobre isso), mas quando eu cheguei em casa vi macacos no “meu” bosque e uma pomba com seu filhotinho no ninho, coisas simples que me trazem tranquilidade nas situações difíceis provocadas pela doença.  




Às vezes me acho meio Poliana em relação à EM. Só acho que não vale a pena ficar brigando contra o que não depende de mim para melhorar. De ansioso aqui em casa basta o Oto!













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